"...
Ia festejar o ano novo, ou melhor ver festejá-lo; isto em pleno Fevereiro, o que parecerá, certamente, caso estranho, mas não é. Até ao ano de 1873 regulava-se o Japão pelo calendário lunar, como a China até hoje se regula. Depois daquela data decretou-se a adopção do calendário gregoriano; mas o povo aldeão, que põe, com muito tino, os seus costumes acima dos decretos, continuou seguindo a moda antiga, festejando o ano novo no primeiro dia da primeira lua de cada ano, data variável, que calha aí pelos fins de Janeiro ou pela primeira quinzena de Fevereiro; este ano foi a 13 de Fevereiro. De sorte que, em regra, há um dia de ano novo para a gente civilizada das cidades, e há um dia de ano novo para a gente rude das aldeias; não sendo raras as pessoas que, afim de prestarem culto ao modernismo, sem ofenderem tradições, comemoram dois dias de ano novo em cada ano. Ora, justamente eu fora convidado pela família Makino, de Nagoya e das minhas relações, para comemorar o auspicioso dia 13 de Fevereiro e ir implorar bênçãos dos deuses ao afamado templo de Atsuta, que fica umas léguas distante da cidade. ..."
in Cartas do Japão, volume I, 2ª série, 1907-1908
Tori do Santuário de Atsuta, Miya - 42ª estação do Tôkaidô
Santuário de Atsuta, perto de Nagoya
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
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